sexta-feira, setembro 30, 2005

Desarmamento ²

Final da série de dois posts sobre o desarmamento. Texto escrito por Guilherme Ranoya.
Já que estão todos discutindo, vou me posicionar também:

Eu odeio armas de fogo... Como diria o Obiwan Kennobi, elas são muito incivilizadas ;)
Prefiro coisas mais elegantes como espadas e arcos hehehheh...

Mas enfim, nunca compraria ou usaria uma arma de fogo. No entanto, é importante abordar os seguintes aspectos:

1) A proibição aumenta drasticamente o mercado negro. No momento que você proíbe, você cria um mercado paralelo, por que as pessoas continuarão vendendo... Só que ninguém mais precisará de um exame e atestados criminais. O mercado negro, esse sim aumenta a criminalidade. Ele alimenta e é alimentado pelos fluxos de tudo que é marginal a legalidade (narcotráfico, armas, sequestros, etc...)

2) O policiamento necessário para neutralizar esse mercado, que não é centralizado e sim pulverizado pela sociedade, seria monstruoso. O Estado não possuiria 10% dos recursos necessários para poder controlar isso. DEIC-San... Se eu estiver falando bobagem, por favor me corrija. Esta "votação" é no mínimo irresponsável.

3) Os meliantes morrem de medo de, ao abordarem uma pessoa, descobrirem que ela está armada. A primeira coisa que me perguntaram (com uma arma apontada na minha cabeça), quando entraram na minha casa, foi se eu tinha arma em casa. Uma vez que a população for desarmada, os meliantes vão ter muito mais liberdade de ação do que eles tem hoje. Nossos policiais já vivem uma situação complicada... Eles tem muito pouca liberdade de ação, enquanto que os bandidos pintam e bordam. Uma vez que a bandidagem vai perder mais ainda o medo, quero saber que expediente policial vai controlar esta situação?

4) A realidade de Belo Horizonte/Rio/São Paulo/Curitiba é muito diferente do resto do Brasil. As capitais podem ser consideradas "civilizadas", onde a Lei ainda é respeitada. Mas nas pequenas comunidades, e nas reigiões periféricas as capitais, e nos latifundios a coisa é outra. A única lei que manda é a lei da força. Se você não possuir uma arma, terá que se submeter aos coroneis.

5) Quem seria eliminado pelo Estado após um desarmamento? Para inicio de conversa, os sem-terra. Depois mendigos e indigentes que manchem a paisagem urbana dos grandes centros, pois sem eles, as "elites" poderiam ter muito mais lucro com os negócios internacionais, sem queimar o filme com os estrangeiros (diga-se de passagem, o nosso prefeito já começou a fazer isso...). Depois, que tal os nordestinos que vivem em São Paulo? O Jaime Lenner quando foi prefeito de Curitiba, recebia todos os nordestinos na estação de ônibus, e os obrigava a voltar para sua terra se já não tivessem carteira assinada. Foi muito bom para Curitiba, já que ele espantou a população pobre do País de lá... Só que é um procedimento ilegal (e feito debaixo do tapete), e no mínimo, fere a democracia. Outra opção é a população carcerária, que por mínimo que seja, ainda conseque opor alguma resistência caso um Pavilhão 9 aconteça novamente.
Depois de todos eles, quem sabe? Quem garante que um facista não seja eleito? Quem garante onde vai parar o mundo daqui a alguns anos? Quem garante que o Brasil não faça um acordo com os EUA e UK para caçar e executar sem julgamento, "terroristas" em solo nacional? Quem garante que você não seja confundido com um terrorista só por que incomodou alguém que não devia?
A questão não é quem seria eliminado, mas a de não dar este poder ao Estado. Garanto que a idéia de ditadura militar era algo impensável antes dela acontecer. Garanto que o AI5 era algo impensável antes de acontecer. Garanto que o assalto que a Zélia Cardoso de Mello e o Fernando Collor fizeram às poupanças era algo impensável antes de acontecer.
Se você dá a abertura, alguém irá se aproveitar.

6) Por fim:

Quem ganha MAIS com a proibição?

Para nós, cidadãos de bem, garantimos que não haverá mais mortes por brigas de transito, por brigas domésticas ou por uma juventude sem valores e sem educação? Mas será que garantimos mesmo? As pessoas podem portar facas no lugar...

Para a bandidagem, a proibição é uma benção! Eles vão controlar completamente a comercialização de armas, sem concorrência do Estado. Isso aumenta os negócios, e inflaciona os valores! Eles vão ter muito mais dinheiro disponível, e vão poder realizar muito mais coisa do que já podem hoje, e pior... Vão ser muito mais necessários na sociedade, pois aqueles que querem se armar (e sempre haverá quem queira), vão precisar deles.

Eles vão poder agir com muito mais liberdade do que podem hoje.

Vou dizer qual é a conseqüencia disso tudo:
Uma sociedade mais radical.
Uma polícia que precisará ser mais dura e mais violenta.
Bandidos cada vez mais crueis, mais jovens e inconseqüentes, menos "profissionais" e em maior quantidade.
Pessoas cada vez mais amedrontadas e intolerantes.

Diz uma lenda urbana que há 40 anos atrás, um ladrão entrou numa casa lá no Rio de Janeiro, e o dono da casa tinha uma arma. Ouvindo os barulhos, o proprietário pegou sua arma e foi ao encontro do ladrão... Ao encontrá-lo, o ladrão desarmado que veio apenas roubá-lo, falou surpreso: "ô dotô... Revolvi não vale!".
Alguém realmente acha que é para isso que nós iremos rumar com a proibição????

Abraços,
Gui
A quem quiser deixar sua opinião ou apenas ler, seja bem vindo.

Desarmamento ¹

Iniciando uma série com dois posts, com opiniões interessantes sobre o desarmamento. Texto escrito por Luiz Kobayashi, praticante de kendo.
Eu acho (opiniao pessoal) que toda discussao acerca do desarmamento em si, sem considerar um contexto maior (se e' que ele existe), e' inocua, no sentido de que toda argumentacao vai ter "furos". Pegando as palavras do Madureira, a discussao sobre o desarmamento em si e' algo pontual.

Eu acho que so' da' para se emitir uma opiniao melhor sobre isso depois de considerar todo o contexto de medidas que serao tomadas juntamente com o desarmamento (se e' que existem tais medidas). Qualquer proibicao ou liberacao possui pros e contras. Falando de um modo engenheiristico, tem que se medir a relacao custo-beneficio para saber se vale a pena.

E como o Mike ja' refutou algumas coisas do argumento do David, eu vou me ater aos argumentos do Mike. Mike, algumas coisas que eu discordo da sua argumentacao:

1) Proibicao da comercializacao de armas de fogo e municao para a populacao civil nao vai fechar o setor de armas de fogo. Tem toda a parcela dos segurancas, da policia e das forcas armadas, que no fundo sao os maiores clientes.

2) O setor de armas de fogo pode ate' ser considerado como estrategico, mas eu nao acho que as armas nacionais estejam 'a altura das armas importadas. Acho que o colacao blanco pode falar melhor sobre isso. Assim sendo, nao tem tecnologias tao sensiveis a serem perdidas.

3) Eu ACHO que nao ha' o remanejamento para a policia e forcas armadas simplesmente porque ai' haveria uma falta de padronizacao dos armamentos. Isso geraria mais oportunidades de corrupcao e disputas internas para ver quem pega as melhores armas. Sem contar a parte do historico da arma, ainda mais se o numero de serie dela estiver raspado.

4) Os testes e dinheiro desembolsado sao validos para quem adquire idoneamente as armas de fogo. Mas as pessoas proximas (ex: filhos idiotas e inconsequentes)
nao passam por nada disso.

5) As grandes estatisticas de mortes por armas de fogo na periferia nao vao sofrer muitas alteracoes, independentemente do resultado do referendo sobre o desarmamento. Eu concordo plenamente com voce de que e' necessario investir mais em educacao e em aparelhamento/treinamento da policia para se reduzir tais estatisticas. E sao essas medidas adicionais que quero saber se existem e, em caso afirmativo, quais sao para poder ter uma opiniao melhor sobre o desarmamento.

6) Aumentar a burocracia muitas vezes leva a uma diminuicao da transparencia e, por sua vez, a um aumento na corrupcao. Precisa ver se assumir esse risco compensa.

7) Nao se fecha a industria de automoveis porque um carro NAO foi feito para matar. Por outro lado, armas de fogo tem por objetivo disparar projeteis que podem muito bem conduzir pessoas 'a presenca do Senhor. O proposito primario de um carro e' de extrema utilidade e e' de uso pacifico. De uma arma de fogo ja' e' mais dificil dizer a mesma coisa.

Por fim, sobre a questao de como acabar com a bandidagem, passo a palavra para o glorioso Luiz Carlos Alborghetti:

"Voce pega o bandido e poe aqui na cadeira, ta'? Amarra o cara aqui atras. Pega um botijao de gas e voce amarra um butijao de gas numa corda em cima dele.
Ai' voce solta. Pum! Nao morreu? Ai' ergue o botijao de novo. Quer dizer, na primeira ele nao morreu. Ai' voce ergue o botijao e joga.
Pronto, morreu. Quer dizer, com um botijao de gas voce mata uma media de 500 bandidos por dia!"

Luiz Kobayashi

terça-feira, setembro 20, 2005

Talent for Love

Life is so full of hurry and hustle,
sometimes I think it's passing us by.
The days are like hours, hours like minutes,
I'm caught up in it 'till I look in your eyes.
And to my surprise I find there is a heaven,
timeless and real, making me feel
free and alive...

You touch me, you kiss me,
and time has no meaning.
I'm on a rocket to some other zone.
Baby, you thrill me whatever you're doing.
Don't think of stopping until we are light-years away,
all alone... cause I want to keep this
treasure for my very own...
Your talent for love.

Trying to move forward, pushing and shoving
people all get in each other's way.
But when two lovers find their own magic
nothing else matters 'cause they know it will stay.
And I know somehow our spell will not ever be broken.
Timeless and real, making me feel
free and alive...

You touch me, you kiss me,
and time has no meaning.
I'm on a rocket to some other zone.
Baby, you thrill me whatever you're doing.
Don't think of stopping until we are light-years away,
all alone... cause I want to keep this
treasure for my very own...
Your talent for love...


Sinto saudades dessas músicas, desse tempo, das viagens. Cursinho mata.

Boa noite.

quarta-feira, setembro 07, 2005

Não

Eu ainda não quero acreditar que seja verdade, que não há absolutamente nada mais que eu possa fazer. Não vou acreditar, porque nada é impossível. Vou, sim, continuar sofrendo, a diferença é que eu estou dizendo isto, e por isso vocês sabem. Mas não me impeçam de seguir meu coração.

Até que minha vida possa voltar ao normal.
Bom dia.