sexta-feira, setembro 30, 2005

Desarmamento ¹

Iniciando uma série com dois posts, com opiniões interessantes sobre o desarmamento. Texto escrito por Luiz Kobayashi, praticante de kendo.
Eu acho (opiniao pessoal) que toda discussao acerca do desarmamento em si, sem considerar um contexto maior (se e' que ele existe), e' inocua, no sentido de que toda argumentacao vai ter "furos". Pegando as palavras do Madureira, a discussao sobre o desarmamento em si e' algo pontual.

Eu acho que so' da' para se emitir uma opiniao melhor sobre isso depois de considerar todo o contexto de medidas que serao tomadas juntamente com o desarmamento (se e' que existem tais medidas). Qualquer proibicao ou liberacao possui pros e contras. Falando de um modo engenheiristico, tem que se medir a relacao custo-beneficio para saber se vale a pena.

E como o Mike ja' refutou algumas coisas do argumento do David, eu vou me ater aos argumentos do Mike. Mike, algumas coisas que eu discordo da sua argumentacao:

1) Proibicao da comercializacao de armas de fogo e municao para a populacao civil nao vai fechar o setor de armas de fogo. Tem toda a parcela dos segurancas, da policia e das forcas armadas, que no fundo sao os maiores clientes.

2) O setor de armas de fogo pode ate' ser considerado como estrategico, mas eu nao acho que as armas nacionais estejam 'a altura das armas importadas. Acho que o colacao blanco pode falar melhor sobre isso. Assim sendo, nao tem tecnologias tao sensiveis a serem perdidas.

3) Eu ACHO que nao ha' o remanejamento para a policia e forcas armadas simplesmente porque ai' haveria uma falta de padronizacao dos armamentos. Isso geraria mais oportunidades de corrupcao e disputas internas para ver quem pega as melhores armas. Sem contar a parte do historico da arma, ainda mais se o numero de serie dela estiver raspado.

4) Os testes e dinheiro desembolsado sao validos para quem adquire idoneamente as armas de fogo. Mas as pessoas proximas (ex: filhos idiotas e inconsequentes)
nao passam por nada disso.

5) As grandes estatisticas de mortes por armas de fogo na periferia nao vao sofrer muitas alteracoes, independentemente do resultado do referendo sobre o desarmamento. Eu concordo plenamente com voce de que e' necessario investir mais em educacao e em aparelhamento/treinamento da policia para se reduzir tais estatisticas. E sao essas medidas adicionais que quero saber se existem e, em caso afirmativo, quais sao para poder ter uma opiniao melhor sobre o desarmamento.

6) Aumentar a burocracia muitas vezes leva a uma diminuicao da transparencia e, por sua vez, a um aumento na corrupcao. Precisa ver se assumir esse risco compensa.

7) Nao se fecha a industria de automoveis porque um carro NAO foi feito para matar. Por outro lado, armas de fogo tem por objetivo disparar projeteis que podem muito bem conduzir pessoas 'a presenca do Senhor. O proposito primario de um carro e' de extrema utilidade e e' de uso pacifico. De uma arma de fogo ja' e' mais dificil dizer a mesma coisa.

Por fim, sobre a questao de como acabar com a bandidagem, passo a palavra para o glorioso Luiz Carlos Alborghetti:

"Voce pega o bandido e poe aqui na cadeira, ta'? Amarra o cara aqui atras. Pega um botijao de gas e voce amarra um butijao de gas numa corda em cima dele.
Ai' voce solta. Pum! Nao morreu? Ai' ergue o botijao de novo. Quer dizer, na primeira ele nao morreu. Ai' voce ergue o botijao e joga.
Pronto, morreu. Quer dizer, com um botijao de gas voce mata uma media de 500 bandidos por dia!"

Luiz Kobayashi

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