quinta-feira, novembro 07, 2013

Renascer

À trêmula luz das velas os cabelos ruivos, fogo de palha, soltos sobre a face da moça. Serena.. o toque do nylon úmido, tin-tilintar das gotas lá fora nos ramos da mata fechada, sinfonia de cigarras e coral de lobos em gracejo à noite. O traçar das linhas da meia sombra nas curvas dos seios cintura quadril coxa e por entre as pernas, dedos curiosos outros entrelaçados nos fogos-fios incandescentes. Um toque leve na nuca, calor nos lábios e escuridão, apenas uma lembrança da luz trêmula. Tempo. Tudo. Nada. Amor e ódio. Uivos para a lua, guerra, paz e uma gota de suor quente na base dos seios no tecido úmido do lençol. Tocando outros seios num corpo só entrelaçado, carícias trocadas de leve pelas pernas.

Serenas, nuas nos fios do lençol neve, branco, alvo, uma gota, avermelhado, outra, mais uma, maior e a mancha de sangue vivo. Inocência morta, paixão em fogo vivo, renascimento em outra mente corpo mundo.

Ela nunca mais será, nem quer ser, a mesma.
Que o fogo da vida a consuma.

sábado, outubro 26, 2013

Anoitecer

Imagina que ele bate na porta. Você manda pela terceira vez que ele entre, mas ele não o faz – entro eu. Te olho, sentada à mesa com um livro no colo. Te quero, desejo.
Sem desviar o olhar, fecho a porta atrás de mim. Ouço o barulho do trinco, da chave girando, sinto a pelúcia do unicórnio e lembro de nossas histórias.

Enquanto você põe o livro na mesa ando em sua direção. Pego sua mão e te ajudo a levantar-se. Te abraço; sinto seu cheiro que me excita – seu pescoço tão perto, uma mordida: leve gemido de prazer. Suas mãos procuram minhas costas; unhas raspando em minha pele me fazendo estremecer. As minhas descem contornando suas curvas até sua bunda, acariciando apertando com sedução, paixão, tesão.

Te encosto na parede, nossas línguas em chamas numa luta por espaço na boca alheia, mas que já faz parte da sua própria. Te viro de costas outra mordida no pescoço, mais intensa, e outra e meus braços te envolvem; sinto a cintura perfeita, a costura da calcinha uma carícia tentadora.

Por baixo do vestido azul sobe um toque que te queima em calafrios, acaricia sua pele na ternura de uma paixão que promete ser eterna. Uma das mãos escapa de debaixo do azul e corre por um braço nú até alcançar sua igual: entrelaçam-se as mãos amantes, apaixonadas.

Debaixo do vestido continuo subindo: sentir o calor de seu seio, desnudo do sutiã; o seu corpo tremendo ao toque dos meus dedos.

--- Uma selvageria de dentes garras agarrões se desenvolve; uma guerra de calafrios sentimentos gemidos beijos afagos carícias mordidas apaixonadas.

quarta-feira, julho 10, 2013

If you take too long..

If you take too long.. eventually, things will change.

If you take too long.. eventually, I will have to change. To survive.

If you take too long.. time will find a way to make things go wrong.

If you take too long.. eventually, you are going to lose me, love.

If you take too long.. eventually, it'll become forever.

segunda-feira, julho 08, 2013

Making love ~Seeley

"Here we are, all of us — basically lone, separate creatures — just circling around each other, searching for the slightest hint of a real connection.

Some look in the wrong places.. some, they just give up hope 'cause in their mind they think "Oh, there's nobody out there for me". But all of us, we keep trying over and over again.

Why? Because every once in a while.. every once in a while two people meet and there's that spark, and yes, he might be handsome and she might be beautiful, and maybe that's all they see at first. But making love.. making love.. that's when two people become one."

~ Seeley

domingo, julho 07, 2013

Keep on tryin'

Eu tenho bebido ultimamente — talvez até um pouco demais — e queria confiar a você todas as minhas verdades, mas não sei como te alcançar.. Eu fico tão tranquilo quando tenho a oportunidade de te ver sorrir, por isso vou continuar tentando.. Vou ser bem sincero, não posso mais mentir e estou tão cansado de chorar.. que só tem uma coisa que eu posso fazer. Tenho que encontrar um jeito de te convencer.. de que é sempre só você.

quinta-feira, junho 06, 2013

A lua me chama

Tive aquela sensação de novo. Aquele grito que sobe pela garganta, e quer sair.. mas não em palavras, não em vocábulos compreensíveis pelos seres humanos. É uma voz, algo que vem de dentro, do meu cerne, do meu sangue. Está no sangue das minhas irmãs também.. irrompendo como um grito de guerra, como um chamado primitivo para o que tem de mais animalesco em mim. De mais visceral..

Não espero que muitos compreendam, acho que poucos têm essa necessidade. É, é uma necessidade, o que significa que eu não conseguiria viver sem isso. De tempos em tempos não tenho como resistir.. e nem quero. Nem preciso. Eu solto o que está preso dentro de mim e.. me liberto completamente. Da vida, das pessoas, dos problemas.. das amarras da sociedade, e mesmo que seja só por alguns instantes, é suficiente..

Volto com o espírito renovado. E pronto pra suportar a vida e tudo o que acontece ao meu redor. Tudo com o qual meu lado racional não sabe lidar..

A lua me chama. Não precisa estar cheia, só precisa estar no céu.

Como é bom uivar para a lua..

sexta-feira, maio 31, 2013

From time to time

Sometimes I feel like I have a lot of friends
and sometimes, like I'm all alone.

Sometimes I feel like I'm mad and sad
and sometimes, like I'm happier than ever.

Sometimes I feel like I do a lot of things
and sometimes, like nothing I do matters.

Sometimes I feel like I'm Dr. Jekyll and Mr. Hyde
and sometimes, like I'm just being myself.

Sometimes I feel like I'm beautiful
and sometimes, like I'm horribly ugly.

Sometimes I feel like I'm living poorly
and sometimes, like I'm having the time of my life.

Sometimes I feel like creating wonders
and sometimes, like destroying something beautiful.

Sometimes I feel like I have all I need
but always, all I need is you.
But you're not around..

sexta-feira, maio 24, 2013

Das palavras

Me acho no limbo, perdido entre o agora e o depois.
Suspenso como um clone esperando pra ser animado.

Me sinto inútil, pois achei que tinha feito tudo certo,
que aquelas tardes juntas viriam a ser mais, e mais.

Desamparado, sem saber se vou, volto, ou nenhum dos dois.
Depois de tudo o que passamos, existe algo, ou estou errado?

Arrependido, pois minha cautela foi que te afastou
e te perdi então pra algum outro que te fez sorrir.

Me sinto triste, pois os anos passam e eu ainda espero,
e não te vejo radiante ao falar dos outros, nem um bocado.

E quando me perguntam por que não te esqueço,
não sei dizer. Não há palavras que sirvam de resposta.

Tudo que sei é que você mora no meu coração,
e que mesmo se tudo parece em vão.. é impossível.

Das palavras, impossível é a única que me vem, que serve
pra responder a essa questão tão simples e tão.. dura.

Mais fácil suportar não ser pra você o mesmo que você é pra mim
em silêncio, mas ao seu lado.
Porque é impossível simplesmente seguir adiante.

quarta-feira, abril 24, 2013

Quando o tempo para

Ao toque daquelas mãos em suas costas nuas, a garota, deitada de bruços sente um arrepio, mas aquele arrepio gostoso que a faz tremer e querer mais, e mais.. de repente seu sutiã está solto, uma leve faixa de pele tão sedosa que os dedos se demoram ali, acariciando de um lado ao outro, examinando a já quase oculta marca de sol. Repetidamente, mas cada vez como se fosse a primeira.. ela então sente a carícia subindo, tocando-lhe as asas, juntando-se e aquecendo seu pescoço, sua nuca, correndo então aos ombros e desce vagarosamente pelos braços já relaxados, estendidos ao lado do corpo.. as mãos percorrem sua pele lentamente, sentindo a tensão se esvaindo ao toque que vai chegando e envolvendo seus punhos, com firmeza mas sempre delicadamente e ela sabe que está completamente entregue.

Por um momento, nada.. então sua cintura é envolvida por um toque forte fraco, indeciso preciso e todas as preocupações daquele dia já se foram assim como toda a vontade de algum dia sair da cama, dos braços fortes que movem-se determinados a fazê-la sentir-se pluma leve, dos dedos pressionando-a forte para baixo, para longe do mundo real.. às vezes ela sente que as mãos roçam de leve seus seios - será de propósito? e ela não sabe nem liga, pois tudo o que sente agora é paz, aquele toque delicioso que agora desce um pouco abaixo da cintura, um pouco mais e envolve completamente sua bunda, única parte de seu corpo ainda escondida, ela descobre, e aquelas mãos traçam as beiradas da calcinha vermelha, numa brincadeira de vai-não-vai passando de leve pelo lado de dentro, sempre pressionando com a força exata para fazê-la tremer, sentir-se livre de tudo e todos.. então elas continuam descendo, centímetro a centímetro de pele aveludada sendo cuidadosamente descoberto, e aquele beijo repentino em sua coxa esquerda a faz explodir de tesão, mas era só isso, só um gosto de algo que ainda se demora e agora suas panturrilhas sentem aquele aperto gostoso que continua aos poucos descendo até os tornozelos e.. nada novamente.

Aturdida, ela se pergunta se acabou, começa a virar-se para trás e então o sente, deitando-se sobre ela, seu corpo pressionando o dela e ele sente a pele macia na sua, e o cheiro de seus cabelos e o sabor do beijo que rouba-lhe no pescoço, e então.. a garota vibra, e aquela sensação em sua nuca lhe diz que nada mais importa, que o tempo parou só para ela, só para aquele toque que lhe causa arrepios, mas aquele arrepio gostoso que a faz tremer e querer mais, e mais..

e ela sabe que está completamente entregue.

quarta-feira, abril 10, 2013

We danced anyway

"One day, I haven't told you
I just wanna hold you
and never let go..
just let me find a way..

and the band played
songs that we had never heard
but we danced anyway..
I never understood the words
and you sang, oh,

lalala, la lala, la lala, la.."

terça-feira, abril 09, 2013

Mente

A mente sã enlouquece
"eu juro, eu não fiz nada, nada!"

a mente insana, enfraquece
"não dá, não aguento mais.."

a mente fraca, se esquece
"isso é passado, deixei pra lá"

e a mente sozinha, padece
".."

terça-feira, março 19, 2013

Quer ser nós?

Deitado em seu colo, ouvindo o passar dos carros pela janela, finalmente se revela. "Eu não quero achar mais ninguém." ele diz. "Quero isso aqui, quero seu carinho. Quero você. Quero que não sejamos mais você e eu, mas nós."

"Quer ser nós comigo?"

quinta-feira, fevereiro 28, 2013

Medo, medo, vasto medo

E o tempo todo ele pensava se deveria beijá-la.. segurando sua mão, acariciando seus cabelos ou sentindo seus dedos trançados.. mas afinal, não conseguiu fazer nada.